Cena de Ascensão: a fábrica de bonecas sexuais
Ascensão (Ascension, no original), disponível no Paramount+, concorre ao Oscar 2022 de melhor documentário. Foi feito da China e mostra imagens do grande país asiático como você nunca viu - um mérito e tanto da diretora Jessica Kingdon, em seu primeiro longa-metragem.
Além da visão crítica ao país, a realizadora brinda o espectador com uma maravilhosa colagem de imagens que impressionam pelo requinte visual. O início se dá com pessoas sendo recrutadas para as fábricas e indústrias. Só é aceito quem tem até 1.75 de altura (!). A partir daí, tem início cenas, sem diálogos, dos trabalhadores, algo que remeteu a Tempos Modernos, de Chaplin.
Vemos a fabricação de calças jeans a estampas de tecidos, de peças de celular a bonecas sexuais. A diretora passa da classe operária à elite, sem ocultar os árduos treinamentos físicos de novos funcionários de classe média de uma empresa.
Os ricos têm aulas de etiqueta e contratam mordomos, que são ensinados a servir à maneira ocidental. E as influenciadoras digitais? Também estão presentes na China - e copiando o modelo das americanas (ou brasileiras, tanto faz).
A cineasta esteve em mais de cinquenta locações do gigante asiático para realizar o trabalho, um feito que não pode passar despercebido. É pena que seu filme não esteja muito cotado para o Oscar, que deve premiar Summer of Soul.
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