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Quem Vai Ficar com Mário?: medíocre, careta e covarde


Letícia, Daniel e Felipe: Quem Vai Ficar com Mário?


O Primeiro que Disse é uma comédia dramática italiana de 2010. Dez anos depois, o Brasil fez sua (livre) versão, Quem Vai Ficar com Mário?, disponível no Amazon Prime Video. É um desastre!


Fiquei interessado porque gosto da versão original e pelos comentários elogiosos de colegas. Só que não vi graça nenhuma e, pior, é medíocre no apoio à comunidade LGBTQIA+. Sabe aquele típico "filme gay" para a família? Encontrou!


Daniel Rocha interpreta o homossexual Mário, que saiu de sua cidade, na serra gaúcha, para fazer mestrado em administração no Rio de Janeiro. Só que ele decidiu virar dramaturgo e namora o diretor de teatro Fernando (Felipe Abib). Mário, então, decide visitar a família para contar que é gay. Só que terá de enfrentar a homofobia do pai (José Victor Castiel), dono de uma cervejaria, e sofrerá um revés do destino por causa de uma confissão do irmão (Rômulo Arantes Neto).


Da primeira cena à "grande" sequência derradeira, nada convence. O cabaré que abre o filme parece saído da Berlim dos anos 20 e a previsível reconciliação do desfecho é tão óbvia e improvável que não emociona - só constrange! A indecisão de Mário, dividido entre o amado e uma marqueteira (Letícia Lima) é primária para um rapaz de 30 anos. Detalhe: rolam amassos entre ela e ele, mas não há um único beijo gay. Ou seja: além de careta, Quem Vai Ficar com Mário? é covarde.


E dá-lhe clichês: enquanto os amigos afetadérrimos de Mário precisam manter a pose de macho diante do pai dele, a avó mostra-se compreensível e simpatizante. Quem agrega alguma representatividade ao filme é Nany People, que tem seu momento "Quanto Mais Quente Melhor" (mas sem spoilers).


A mesma Amazon tem algo bem melhor e positivo no gênero: Carlinhos e Carlão, estrelado pelo homossexual Luis Lobianco, que dá seu recado com mais firmeza, sensibilidade e diversão. Fica a dica!



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