Danton Mello interpreta Zé Arigó (foto: André Cherri)
Zé Arigó foi um médium mineiro que fazia cirurgias espirituais, entre os anos 50 e 70. Me lembro vagamente de ver Zé Arigó na TV, talvez em algum programa sobre ele, mas é um personagem esquecido do espiritismo brasileiro. E a grande qualidade de Predestinado - Zé Arigó e o Espírito do Dr. Fritz, em cartaz nos cinemas, é apresentá-lo às plateias de diversas gerações.
Embora o recorte seja de apenas duas décadas, os 108 minutos do filme é muito pouco para contar sua bela trajetória. Arigó tinha por volta de 30 anos quando começou a ouvir mensagens divinas para que ele curasse os enfermos. E assim o fez. Dr. Fritz, um médico alemão que morreu na Primeira Guerra, era a entidade que ele recebia. Arigó foi perseguido pela Igreja e por médicos, mas jamais deixou de atender os doente - e sem cobrar nada.
Danton Mello dá vida ao protagonista e Juliana Paes interpreta Arlete, a esposa que se dedicou a criar os seis filhos, todos homens.
Gustavo Fernandez, o diretor, e Jacqueline Vargas, a roteirista, são veteranos da TV e estreiam no longa-metragem com um formato quadradinho e sem voos altos. O filme tem bons momentos, sem dúvida, como o encontro de Zé Arigó com Chico Xavier. Mas algumas coisas não se encaixam num drama sério e realista. Além de buracos inexplicáveis na trama, a onipresente trilha sonora exagera ao dar um clima de terror e suspense onde só há espiritualidade.
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