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Foto do escritorMiguel Barbieri

Pose 3: último episódio é longo, mas não tira o mérito da série


As atrizes da temporada 3: visibilidade trans


Confesso que minha expectativa para a terceira temporada de Pose era imensa. Eu gostei muito das duas anteriores e a ansiedade estava nas alturas. Decepção não é a palavra, mas minha empolgação diminuiu conforme fui assistindo a Pose 3 no Star+.


A trama começa em 1994 e mostra a harmonia das ex-rivais Blanca Evangelista (MJ Rodriguez) e Elektra (Dominique Jackson). Pray Tell (Billy Porter), ao contrário, abandonou as apresentações dos concursos por sentir-se velho e estar cansado de ver muitos amigos morrerem de Aids - e entrega-se ao alcoolismo.


Vi problemas no roteiro da série. Os episódios dão protagonismo a um ou dois personagens, enquanto os outros desaparecem de cena. Há um capítulo só centrado em Pray Tell voltando à sua cidade natal e outro dedicado ao casamento de Angel e Papi. O derradeiro episódio, porém, é o mais questionável. Dura 90 minutos, parece interminável e há vários desfechos. Quando você pensa que acabou, tem mais história pela frente.


Me deu a impressão de que Ryan Murphy, criador da série, quis dar um toque de Hollywood (outra produção dele) em Pose 3, bancando um conto de fadas ao se afastar do realismo para investir numa realidade paralela e fantasiosa.


Contudo, Pose 3 tem momentos genuínos, tristes e comoventes, sobretudo no avanço de casos da Aids e na ação dos ativistas do Act Up para que o governo americano produza remédios a fim de frear a doença nos soropositivos.


Como nas outras temporadas, há ações de solidariedade, apoio e amizade. Pose tem a maior visibilidade trans da história da TV - e isso é um feito para lá de positivo. Tudo chega ao fim e, por mais que não seja perfeita, a série termina digna e representativa.



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