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Pequena Garota: docilidade no registro de uma menina trans


Sasha na consulta médica: muita emoção


Crianças trans já foram tema do ótimo Transhood, documentário que está na HBO Max (clique aqui para ler minha avaliação). O francês Pequena Garota, disponível no Globoplay para assinantes do Telecine, vai quase na mesma linha, mas apenas com uma personagem.


Sasha tem 8 anos, nasceu menino, mas, desde os 3 anos de idade, quer ser tratada como garota. A família mora numa pequena cidade do interior francês e tem dúvidas sobre como educar uma filha transgênero, embora eles apoiem a decisão da menina. Vão, então, fazer uma consulta com uma especialista em Paris.


O diretor Sébastien Lifshitz é muito cuidadoso na aproximação com Sasha. Prefere dar voz aos pais e registrar momentos familiares e as consultas médicas. E é, aí, que uma cena vale por mil palavras. Quando questionada pela doutora sobre repressão, Sasha se cala e só derrama lágrimas.


Há preconceitos? Com certeza! Sasha não pode ser tratada como menina na escola nem ser aceita numa escola de balé.


Eu exibi Pequena Garota na Sessão com Miguel e convidei a psicóloga trans Jaque Santos para bater um papo com a plateia. Foi muito produtivo. Jaque fez observações importantes, como o ambiente extremamente acolhedor (e quase utópico) e Sasha ser uma criança branca de uma classe média instruída. No Brasil, segundo ela, a realidade é muito diferente.




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