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Oscar previsível será lembrado por tapa na cara


A família de No Ritmo do Coração: três prêmios


Eu acompanho o Oscar há muitos, muitos anos. Mas esta edição de 2022 foi uma das mais previsíveis da história. Para você ter uma ideia, das 23 categorias, eu acertei 22 (clique aqui para o meu post). Só errei no curta de animação. E isso acontece porque o Oscar está no fim da fila das premiações, quando já foram entregues o Globo de Ouro, o Critics Choise, o Bafta e, sobretudo, sabemos os vencedores dos sindicatos, todos termômetros do Oscar.


Quanto às vitórias, tudo foi tão previsível que já nem sei se foram válidas ou não. É claro que Ataque dos Cães é um filme muito mais artístico e melhor do que No Ritmo do Coração, mas os tradicionalistas da Academia ainda não estão preparados para premiar o trabalho de uma mulher, neozelandesa, sobre um caubói gay enrustido. E aí dão o prêmio principal da noite para um filme inclusivo, simpático e bonitinho, que será esquecido dentro de alguns anos. C'est la vie!


Mais injustiças? Andrew Garfield e Benedict Cumberbatch tiveram atuações irretocáveis, mas era o ano de Will Smith (e que ano!). Sem dúvida, 2022 será conhecido como o Oscar do tapa na cara (saiba mais clicando aqui).


Roteiros? Ataque dos Cães (adaptado) é muito mais complexo do que No Ritmo do Coração, que vem de um filme francês. Entre a caretice de Belfast e a nostalgia Licorice Pizza, a Academia premiou o mediano roteiro original de Kenneth Branagh. Eu já dava o Oscar para Não Olhe para Cima, que, embora tenha dividido opiniões, é muito mais criativo, inquietante e fora da casinha. E o que falar de Encanto e mais um prêmio de melhor animação para a Disney? Não foi desta vez que a Academia se rendeu à genial e divertida maluquice e a uma personagem gay, de A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas.


Além das premiações, a cerimônia teve vários momentos equivocados. O tributo aos profissionais do cinema, que morreram nos últimos doze meses, foi frio com um lápide. Ao invés de uma música solene, tascaram uma canção pop e um balé para animar a torcida. Oi?


As comemorações de aniversário de alguns filmes também foram igualmente erradas. O Poderoso Chefão está completando 50 anos e levar o diretor Coppola para uma homenagem foi bacana. Mas tiraram Robert De Niro e Al Pacino de casa para fazer figuração no palco? Eles não abriram a boca!!! Outro erro: convidaram o elenco de Pulp Fiction (Uma Thurman, John Travolta e Samuel L. Jackson), mas "esqueceram" o principal: o roteirista e diretor Quentin Tarantino.


Mas o momento mais embaraçoso e desrespeitoso foi na comemoração de quinze anos de Juno. Apareceram cenas do filme com Ellen Page, que, anos depois, fez transição de gênero e agora é o ator trans Elliot Page. Precisava disso? Não!


Mais um Oscar se foi e a Netflix não levou o prêmio principal, que ficou com a Apple, produtora de No Ritmo do Coração. A poderosa do streaming tinha 29 chances de ganhar prêmios. Ficou só com o de melhor direção, para Ataque dos Cães. C'est la vie!


Confira todos os premiados:


Melhor filme

No Ritmo do Coração (Amazon Prime Video)


Melhor direção

Jane Campion – Ataque dos Cães (Netflix)


Melhor ator

Will Smith – King Richard (HBO Max)


Melhor atriz

Jessica Chastain – Os Olhos de Tammy Faye (em breve no Star+)


Melhor ator coadjuvante

Troy Kotsur – No Ritmo do Coração (Amazon Prime Video)


Melhor atriz coadjuvante

Ariana DeBose – Amor, Sublime Amor (Disney+)


Melhor roteiro adaptado

No Ritmo do Coração (Amazon Prime Video)


Melhor roteiro original

Belfast (nos cinemas)


Melhor documentário

Summer of Soul


Melhor figurino

Cruella (Disney+)


Melhor fotografia

Duna (HBO Max)


Melhor montagem

Duna (HBO Max)


Melhor Desenho de produção

Duna (HBO Max)


Melhor trilha sonora

Duna (HBO Max)


Melhor som

Duna (HBO Max)


Melhor canção

“No Time to Die”, de 007 – Sem Tempo para Morrer (NOW e outras plataformas de aluguel)


Melhor maquiagem e cabelos

Os Olhos de Tammy Faye (em breve no Star+)


Melhor efeitos visuais

Duna (HBO Max)


Melhor animação

Encanto (Disney+)


Melhor filme internacional

Drive My Car (em cartaz nos cinemas e dia 1/4 na MUBI)


Melhor curta-metragem

The Long Goodbye (grátis no YouTube, em inglês com legendas em inglês).


Melhor animação em curta-metragem

The Windshield Wiper (grátis no YouTube, em inglês com legendas em inglês).


Melhor documentário em curta-metragem

The Queen of Basketball (grátis no YouTube, em inglês com legendas em inglês).



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