John Wayne Gacy: o serial killer acima de suspeitas
Tem mais um série documental sobre crimes na Netflix que não me decepcionou. Conversando com um Serial Killer - O Palhaço Assassino entrega o que promete em mais um caso estarrecedor. Prato cheio para quem gosta do gênero.
Em três episódios, que somam três horas de duração, a minissérie destrincha minuciosamente a história de John Wayne Gacy. Começa em 1978 mostrando o misterioso desaparecimento de um adolescente de 15 anos, que estava numa farmácia e saiu para conversar com um empreiteiro sobre um trabalho. Nunca mais foi visto. A polícia passou a investigar e descobriu que Gacy, além de ter estado no mesmo estabelecimento, foi preso por sodomia em 1966. Mas como provar que um homem acima de qualquer suspeita e querido pela comunidade poderia estar envolvido no sequestro?
Gacy foi casado duas vezes e teve duas filhas, mas ninguém de sua família dá depoimento. As entrevistas são concentradas nos investigadores, promotores e advogado de defesa.
Não gosto do apelativo título brasileiro, já que ele se vestia de palhaço só em algumas ocasiões. Contudo, a face do serial killer vai sendo exposta aos poucos - e quanto mais o monstro se revela, mais chocado o espectador fica.
Uma das vantagens do documentário é ter um longo depoimento de Gacy, gravado quando ele estava na prisão (não é spoiler), o que contribui para mostrar que o assassino era um homem vil, cruel, impiedoso e sádico.
Não há desculpa para um homem de classe média, trabalhador e pai de família se tornar um matador em série. Mas é bom lembrar que, à época, homossexualidade ainda era considerada doença e muitos homossexuais eram presos, espancados e torturados por policiais e considerados a escória da sociedade. Gacy, certamente, tinha algum distúrbio ligado à sua sexualidade, mas, felizmente, teve o castigo que mereceu.
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