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Kimi: a agorafobia inserida num drama de ação


Zoë Kravitz: a jovem que tem medo de sair de casa


Steven Soderbergh tinha me decepcionado com Let Them All Talk, mas voltei a fazer as pazes com o diretor por causa de seu novo filme, Kimi - Alguém Está Escutando, também disponível na HBO Max. Se não tem o status de uma obra-prima, o filme garante entretenimento e reflexão.


Kimi é um aparelho de comando de voz mais aperfeiçoado do que a Siri e a Alexa. Se o cliente faz um pedido e não é atendido, monitores de áudio ajudam a resolver o problema. Angela (Zoë Kravitz) é uma das funcionárias que trabalha em home office por dois motivos: a pandemia do coronavírus e a doença que a faz sentir medo em espaços abertos, cheios de gente.


Ao escutar uma discussão pela Kimi, que termina em violência doméstica, Angela aciona seu chefe para solucionar o caso. Como ninguém se dispõe a ajudá-la, a jovem vai bancar a detetive e mexer os pauzinhos virtualmente.


É muito interessante como o roteirista David Koepp, vencedor do Oscar por Jurassic Park, apresenta a protagonista agorafóbica. As doenças mentais, certamente, se agravaram na pandemia e Angela é um retrato dos novos tempos. Ela tem mania de limpeza, se entope de medicamentos e tudo é feito pelo celular: do pedido de comida ao amante que a visita esporadicamente.


Como eu gosto mais de drama do que de ação, a segunda parte de Kimi é voltada para o thriller, com soluções fáceis sendo inseridas num clima de suspense. No geral, contudo, as atitudes de heroína fazem sentido para a personagem.





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