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Em Nome do Céu: pode tudo em nome de Deus?


Andrew Garfield concorre ao Emmy de melhor ator


Em Nome do Céu, minissérie disponível no Star+, só ganhou uma indicação ao Emmy 2022: melhor ator para Andrew Garfield. O astro, porém, tem concorrentes pesados pela frente, como Michael Keaton (Dopesick) e Colin Firth (A Escada).


Confesso que foi difícil chegar até o fim, não pelo tema e, sim, pelos diálogos que citam muitas passagens da Bíblia e, sobretudo, pela duração dos seis episódios, de uma hora cada, mais o derradeiro, com longos 90 minutos.


Mas a trama, inspirada num caso real, descrita no livro de true crime de Jon Krakauer (autor de Na Natureza Selvagem), é muito instigante. Em 1982, Brenda (Daisy Edgar-Jones) e sua filha de 1 anos e meio são assassinadas numa cidade Utah, o Estado americano que concentra o maior número de mórmons. O detetive Jeb Pyre (Garfield) fica encarregado do caso e, logo nas primeiras cenas, Allen Lafferty (Billy Howle), marido da vítima, é preso por ser o suspeito número 1.


Na delegacia, porém, ele alega inocência e pede para que Pyre vá atrás de seus irmãos. A história retrocede no tempo para apresentar a família Lafferty, descendente de Joseph Smith, que fundou a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no século 19. É interessante também como o enredo volta ainda mais no tempo para mostrar como Smith e seu grupo foram agredidos, humilhados e massacrados. Smith era adepto da poligamia, algo que se perpetuou, até hoje, em uma via fundamentalista da religião.


Em Nome do Céu, embora seja uma minissérie criminal, é focada mais no "por que matou?" e não no "quem matou?". Acompanhando os episódios e observando os irmão de Allen, homens grosseiros, conservadores e machistas, fica fácil matar a charada. Eu até gosto mais da análise profunda que o roteiro faz dos mórmons. Todos são, é claro, bastante religiosos, mas há muitos que extrapolam o bom senso, usando a violência, a misoginia e sexismo em nome de Deus.





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