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Abe: um feliz casamento entre Brasil e Estados Unidos


Noah Schnapp e Seu Jorge: química irresistível


Abe, que chegou à Netflix, é um projeto muito pessoal do diretor paulistano Fernando Grostein Andrade. Embora tenha produção brasileira, o filme foi rodado em Nova York e é falado em inglês.


Aos 12 anos de idade, Abe (Noah Schnapp) precisa conviver com os atritos das famílias da mãe e do pai, já que tem raízes palestinas e judaicas. Para celebrar a paz entre os parentes, Abe, que adora culinária, tem a ideia de fazer um jantar. Para isso, vai atrás do chef brasileiro Chico (Seu Jorge). A princípio, o cozinheiro não quer Abe como aprendiz, mas o garoto, com sua perseverança, acaba conquistando a confiança de Chico.


O roteiro, também assinado por Grostein, me deu a impressão de ser dividido em duas tramas: os conflitos domésticos e as aulas de gastronomia. O realizador é mais bem-sucedido na parte, digamos, brasileira da história, sobretudo porque a química entre Seu Jorge e Noah Schnapp (um dos meninos de Stranger Things) é irresistível.


Grostein, que está morando nos Estados Unidos, conhece bem a realidade brasileira, tanto que é diretor do documentário Quebrando o Tabu e do registro semificcional Na Quebrada. Sua visão de Nova York foge do cartão-postal e concentra-se no Brooklyn e em regiões menos turísticas. O que falta a Abe, contudo, é uma visão mais madura e menos estereotipada das rusgas entre judeus e árabes.



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