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O Festival do Amor: um bom Woody Allen - para cinéfilos


Mort, a esposa e o diretor francês: infidelidade na cidade espanhola (foto: divulgação)


Woody Allen tem 86 anos e está em plena atividade. Dos diretores vivos, coloco num lugar destaque entre meus preferidos. Sua filmografia é uma das mais ricas da história do cinema e, em seus quase cinquenta longas-metragens, errou muito pouco. O Festival do Amor, seu novo trabalho que chegou no NOW e outras plataformas de aluguel, é um bom Woody Allen, mas já aviso: é um programa que os cinéfilos vão gostar mais.


Em suas histórias, Allen gosta de abordar relações afetivas conturbadas e aqui não é diferente. Seu alter ego, desta vez, é Mort Rifkin (Wallace Shawn), um professor de cinema que, a contragosto, acompanha sua mulher, Sue (Gina Gershon), ao Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha.


Ela trabalha como relações públicas e vai assessorar o diretor-galã francês Philippe (Louis Garrel) nas entrevistas. Mort desconfia que sua esposa está tendo um caso com o cineasta. Após sentir umas dores no peito, ele vai fazer uma consulta e fica encantando com a jovem médica espanhola (Elena Anaya).


Wallace Shawn tem o physique du role de Allen. É baixinho, careca e sem nenhum atrativo físico. Sua lábia e inteligência, porém, são as armas da conquista. A infidelidade do casal de protagonistas rende momentos divertidos sem que o realizador precise fazer muito esforço em seu roteiro básico.


A maior qualidade de O Festival do Amor está na bela homenagem ao cinema. Mort é um personagem que não se interessa pelos filmes atuais - e aí entra a criatividade de Allen para recriar momentos emblemáticos de clássicos de Godard, Truffaut, Buñuel, Bergman, Fellini... Quem "pescar" todas as referências, vai se deliciar.





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