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Nuclear Family: duas mães, um doador e um problemão


Tom entre as irmãs e as mães: caso real


Faz tempo que eu venho dizendo que os documentários têm histórias mais inacreditáveis do que a própria ficção. E um exemplo disso está na minissérie Nuclear Family, disponível na HBO Max.


A cineasta Ry Russo-Young começa apresentando suas duas mães, Robin e Russo, que se conheceram em 1979 e foi amor à primeira vista. Passaram a morar juntas em Nova York, mas notaram que faltava algo: um filho. Decidiram, então, usar o método da inseminação artificial doméstica.


Uma amiga de São Francisco encontrou um doador de esperma para Russo engravidar. Nasceu a primeira filha, Cade. Pouco tempo depois, Robin ficou grávida de um doador homossexual chamado Tom. Nasceu Ry, a diretora do filme, que reconta essa história desvendando segredos que estavam guardados.


Ry usa trechos do documentário Our House: A Very Real Documentary About Kids of Gay & Lesbian Parents (2000) para realizar seu filme - ela tinha 16 anos e falava com muita naturalidade sobre suas mães. Em seu próprio documentário, relembra a dificuldade de lésbicas serem reconhecidas como um casal, na década de 80. E a situação só piorou quando Tom quis se aproximar de Ry, já que a considerava sua filha.


A disputa, que chegou aos tribunais, é muito bem analisada pela cineasta. Embora Ry dê um grande espaço para as mães abordarem seus pontos de vista, ela também as questiona sobre o relacionamento de uma família que, naquela época, não era nada tradicional.


Nuclear Family, além do retrato afetivo, é um registro histórico de como gays e lésbicas ganharam direitos ao longo de quatro décadas. O pioneirismo de Robin e Russo foi muito além da saída do armário - virou um símbolo da igualdade de gêneros.





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