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Inventando Anna: já temos a melhor minissérie do ano?


Julia Garner: a herdeira alemã indiciada por dez crimes em Nova York (foto: Netflix).


Shonda Rhimes tem 52 anos e é uma das mais poderosas showrunners americanas, criadora de séries como Grey's Anatomy, How to Get Away with Murder e Bridgerton. Sua mais recente criação é a ótima minissérie Inventando Anna, da Netflix.


Em 2017, Vivian Kent (Anna Chlumsky), jornalista de uma revista de Nova York, tem ideia para uma matéria: quem é Anna Delvey (Julia Garner), a herdeira alemã, de 25 anos, que está sendo indiciada por dez crimes, deu o calote em instituições financeiras e não pagou hotéis caríssimos? Ela fica intrigada com a personagem, que a imprensa pouco deu bola, e sugere um perfil aos chefes. Eles recusam. Mesmo assim, Vivian, que está grávida, vai atrás do advogado de Anna para obter uma entrevista exclusiva.


Inventando Anna é longa: nove episódios, alguns com mais de uma hora. Mas não senti o tempo passar de tão envolvente que ela é. O roteiro foi muito bem estruturado, como se fosse a apuração para uma reportagem. Anna conta (e esconde) partes de sua história para Vivian e, em seguida, a repórter entrevista as fontes que, no jargão jornalístico, são as pessoas que podem fornecer informações (confidenciais ou não) sobre a biografada.


Vão, então, entrando em cena personagens como o namorado dissimulado, uma socialite, três amigas, seu seu personal stylist... Eles têm más (ou boas) recordações de Anna e as relatam para a jornalista.


O que poderia ser deixado de fora? Vivien e o advogado Todd (papel de Arian Moayed) são workaholics e com personalidades persuasivas, mas, sem necessidade, têm suas vidas privadas encaixadas na trama. Dedicar um episódio inteiro apenas para a estada de Anna e a amiga Rachel no Marrocos me pareceu excessivo.


Contudo, são detalhes que não tiram o mérito nem a importância da minissérie, impecavelmente dirigida e com duas protagonistas brilhantes. Difícil decidir quem está melhor: Anna Chlumsky, como a repórter persistente ou Julia Garner, na pele da patricinha com sotaque meio-alemão, meio-russo?


Vale lembrar: essa aula de jornalismo foi, é claro, inspirada num artigo, publicado pela New York Magazine, de autoria de Jessica Pressler.





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