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Meu Amigo Bussunda é feito de afetos e fatos curiosos


Foto: divulgação


Cláudio Manoel e Micael Langer são diretores dos documentários em longa-metragem sobre Simonal e Chacrinha. Para Meu Amigo Bussunda, a dupla aderiu ao formato de minissérie e, em quatro episódios, a homenagem ao humorista está no Globoplay.


Pode parecer muito tempo, mas Bussunda merecia um registro mais extenso. Teve uma história de vida interessante, transformou o humor brasileiro, criou personagens memoráveis e morreu prematuramente, aos 43 anos, durante a cobertura da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006.


A minissérie acompanha sua trajetória desde a infância. Traz, entre outras curiosidades, as passagens por um acampamento judaico no Rio de Janeiro, onde conheceu Cláudio Manoel (que era monitor) e a futura atriz Débora Bloch. Seus pais eram comunistas e Cláudio Besserman Viana, o caçula de três irmãos, não sabia qual carreira seguir. Uniu-se, então, à turma que fazia um jornalzinho na faculdade chamado Casseta Popular. O grupo, formado por Beto Silva, Hélio de la Peña e Marcelo Madureira, cresceu com a chegada de Bussunda e Cláudio Manoel. A partir daí, o destino estava traçado em direção ao sucesso. Vieram, então, a união com Hubert e Reinaldo, do Planeta Diário, os shows, incursões na TV e, finalmente, o programa Casseta & Planeta, um sucesso de audiência por dezoito anos na Globo.


Tudo isso é rememorado com imagens de arquivo da vida pessoal e profissional, entrevistas de Bussunda (tem uma ótima para Bruna Lombardi, na década de 90) e depoimentos dos irmãos, da viúva, de amigos e colegas que estudaram ou trabalharam com ele.


Cláudio Manoel não esqueceu nem do Zico, grande ídolo de Bussunda, um flamenguista de carteirinha. Só senti falta de mais informações dos pais de Bussunda, importantes para sua formação. Mas é mero detalhes diante de um retrato feito com carinho, alma, coração e afeto.


O quarto episódio dá, digamos, uma mexida na estrutura e traz à frente e atrás das câmeras a filha de Bussunda, Júlia, cineasta e roteirista. É ela quem procura artistas do humor, como Fábio Porchat e Danilo Gentili, e amigos pessoais de seu pai. Júlia era criança quando o pai morreu e quer saber mais sobre sua relevância.


Faz quinze anos que Bussunda morreu, vítima de uma parada cardíaca. O mundo em 2006 era outro, assim como o humor politicamente incorreto em que se podia berrar no microfone um verso como "mãe é mãe, paca é paca, mulher é tudo vaca", um dos hits musicais do Casseta & Planeta. Meu Amigo Bussunda é um resgate integral: de um artista irreverente, de uma personalidade singular, de um amigo querido, de um pai amoroso, de um marido apaixonado e de um mundo que não volta mais.












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