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Elvis: altos e tropeços no filme sobre o Rei do Rock


Austin Butler como Elvis: esforçado


Vou começar o post dizendo que Rami Malek não é Freddie Mercury, Taron Egerton não é Elton John e, portanto, Austin Butler não é Elvis Presley. É raríssimo um ator ter o mesmo carisma e talento musical de seu biografado e, das cinebiografias recentes, ninguém superou Marion Cotillard em Piaf. Dito isso, Elvis, disponível na HBO Max, me encantou ao mesmo tempo que me frustrou.


Quem conhece os esfuziantes trabalhos do diretor australiano Baz Luhrmann em Vem Dançar Comigo (1992), Romeu + Julieta (1996), Moulin Rouge (2001) e O Grande Gatsby (2013), já sabe o que esperar: uma montagem acelerada, flertes com o kitsch e trilha sonora onipresente. Tudo isso me agrada muito e é, justamente, por seu visual exuberante que o filme deve ser visto no cinema.


O que me deixou insatisfeito foi o roteiro. Dá a impressão que o Coronel Tom Parker (Tom Hanks) é mais importante do que o próprio Elvis, já que a história é narrada (até certo ponto) pelo ponto de vista dele, que foi o "descobridor" e empresário do Rei do Rock por duas décadas.


Como eu vi recentemente The Searcher, um longo documentário de quatro horas sobre Elvis, notei que algumas coisas ficaram de fora, como suas memoráveis passagens pelo cinema, sua estada na Alemanha (onde conheceu Priscilla, sua futura esposa, em 1959) e seus amores secretos - não há sequer um beijinho entre o casal. A parte musical, porém, é bem lembrada, com canções como Can’t Help Falling in Love e Suspicious Minds (mas senti falta do hit Love Me Tender).


Na batalha entre Austin Butler e Tom Hanks, o veterano, na minha opinião e por incrível que pareça, tem uma presença mais forte, ainda que esteja sob pesada maquiagem. Butler é esforçado, se sai bem, mas está muito, muito distante do magnetismo de Elvis.




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