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Ataque dos Cães: o vigor está naquilo que não é explícito


Benedict Cumberbatch: dono de um rancho em Montana, em 1925 (foto: divulgação Netflix)


Ataque dos Cães, na Netflix, é o primeiro longa-metragem de Jane Campion desde O Brilho de uma Paixão, de 2009 - a diretora neozelandesa ficou conhecida por O Piano (1993). Ele tem onze indicações ao Oscar 2022 e chances, inclusive para melhor filme e direção (torço muito!).


Quase nada é dito, tudo é sugerido. Nada é explícito na trama ambientada em 1925. Mas embarquei na amarga trajetória de Phil (Cumberbatch), dono de um imenso rancho em Montana que, solitário e grosseiro, tem o dom de humilhar as pessoas. Sua primeira "vítima" é o irmão, George (Jesse Plemons), a quem ele chama de gordo. No restaurante da viúva Rose (Kirsten Dunst), o filho dela, Peter (Kodi Smit-McPhee), ganha o apelido de "florzinha", já que tem modos delicados e não dá a mínima para o mundo dos caubóis.


Os personagens vão conviver sob o mesmo teto quando George casa com Rose e, nas férias, Peter aparece na fazenda. O incômodo de Phil com a presença do rapaz é tão grande que da homofobia nasce uma improvável amizade.


Com ritmo pausado e atuações excelentes, Ataque dos Cães mostra como um homem rude observa, repele e, então, se aproxima daquele que seria um espelho de quem ele foi. E que, em algum lugar do passado, perdeu o seu bem maior: o amor pelo próximo e por si mesmo.



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