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A Crônica Francesa: contos lindos e aborrecidos


Benicio Del Toro: protagonista da primeira (e melhor) crônica (foto: divulgação)


Embora tenha uma carreira irregular, eu gosto dos excêntricos trabalhos de Wes Anderson. Amo, por exemplo, seus mais recentes filmes: O Grande Hotel Budapeste e Ilha dos Cachorros. Mas, infelizmente, o novo A Crônica Francesa, disponível no Star+, não caiu bem para o meu estômago.


O realizador é um esteta. A câmera, que não se movimenta, faz enquadramentos simétricos e o formato da tela é quase quadrado. Wes Anderson vem amparado por um time fabuloso, como Alexandre Desplat na trilha sonora e Milena Canonero nos figurinos. A direção de arte é um escândalo de linda e a bela fotografia alterna preto e branco e colorido. Ou seja: o visual é um show!


O grande problema está no roteiro, que tenta fazer uma homenagem ao jornalismo por meio de uma história fictícia, ambientada na França, porém inspirada na revista americana The New Yorker, em seus personagens e acontecimentos reais.


É aí que entram as crônicas do título em português. A melhor das três é a primeira, que mostra a relação comercial de um marchant (Adrien Brody) com um pintor (Benicio Del Toro), que está preso numa instituição psiquiátrica e tem como musa uma guarda da cadeia (Léa Seydoux).


É difícil saber qual das duas tramas seguintes é mais aborrecida. Timothée Chalamet interpreta um estudante rebelde que tem a ajuda de uma escritora (Frances McDormand) para redigir um manifesto. E, por fim, Jeffrey Wright é um repórter do The French Dispatch, que escreve uma matéria sobre o sequestro do filho de um comissário, papel de Mathieu Amalric.


Como você notou, o elenco é estelar e ainda tem Bill Murray, Tilda Swinton, Willem Dafoe e Edward Norton. Uns entram e saem de cena em questão de minutos, como Elisabeth Moss e Christoph Waltz. O diretor caprichou na embalagem e no casting, mas esqueceu que, para ter um bom filme, é preciso de uma história no mínimo envolvente.



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