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Foto do escritorMiguel Barbieri

7 Prisioneiros: a bruta e cruel exploração do trabalho


Santoro e Malheiros, os protagonistas de 7 Prisioneiros (foto: Aline Arruda/Netflix)


Posso estar enganado, mas não me lembro de um filme brasileiro ter tratado o assunto de forma tão séria. 7 Prisioneiros, que estreou na Netflix, aborda o tráfico humano ou a situação de pessoas vivendo num sistema escravagista, em São Paulo - e de uma forma bastante realista!


Mateus (Christian Malheiros) e três rapazes da roça são "contratados" por um "conhecido" para trabalhar num ferro-velho na capital paulista. Eles acreditam ter encontrado a chance de ouro para sair do interior e fazer dinheiro na cidade grande e, na chegada, são recebidos pelo gerente Luca (Rodrigo Santoro). Logo de início, os quatro se dão conta de que vão ter de ralar muito para poder reconquistar a liberdade, já que as condições impostas serão difíceis de serem cumpridas.


É um filme de uma hora e meia que não enrola e vai direto ao ponto. O roteiro, também do diretor Alexandre Moratto, enfoca como a ingenuidade se encaminha para um destino ingrato e a promessa de um futuro melhor leva a um pesadelo sem fim.


O personagem de Santoro é um vilão no papel que lhe cabe, mas, na cena mais terna de 7 Prisioneiros, nota-se que Luca é mais uma vítima do sistema que ele mesmo buscou.


Moratto deu a grande chance para Malheiros no espetacular Sócrates (2018) e escreveu para ele o novo personagem - e o jovem ator de 22 anos dá um show! É preciso também ressaltar o trabalho estupendo dos outros três "prisioneiros" - Vitor Julian, Lucas Oranmian e Bruno Rocha.



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