Miguel Barbieri
11 de ago de 2021
O Ministro da Saúde da Romênia: corrupção no governo a ser resolvida (foto: divulgação)
Colectiv foi um longas-metragens estrangeiros mais festejados do ano passado. Passou por festivais, ganhou prêmios e chegou ao Oscar 2021 com duas indicações: melhor documentário e melhor filme internacional, representando a Romênia. Era o único dos candidatos que eu não havia visto. E, para variar, fui com grande expectativa assistir ao filme na HBO Max.
O início é empolgante, triste e estarrecedor. Em outubro de 2015, um incêndio provocou a morte de 27 pessoas na boate Colectiv, em Bucareste. O pior, talvez, viria a seguir: outras 37 vítimas acabariam morrendo por terem sido contaminadas com bactérias nos hospitais. E é, justamente aí, que se encontra o problema: devido a um esquema de corrupção, um desinfetante hospitalar havia sido diluído e causado as mortes.
Em sua primeira parte, Colectiv mostra o intenso trabalho de uma equipe de jornalistas para desmontar o esquema corrupto que envolvia o governo e o magnata de uma indústria farmacêutica. O interesse pelo assunto aumenta.
Mas, da metade em diante, o filme toma outro rumo. Os repórter saem um pouco de cena para as câmeras seguirem Vlad Voiculescu, um jovem médico que assumiu o Ministério da Saúde após o escândalo vir à tona. O ministro é cheio de boas intenções e, por vezes, Colectiv me deu a impressão de ser um vídeo institucional disfarçado.
A realização de Alexander Nanau é preciosa. Não há entrevistas e, sim, um câmera presente em reuniões e ambientes íntimos, sem que isso tire a espontaneidade.
Longe de ser um trabalho ruim, mas achei superestimado. É extenuante em seus 110 minutos de duração e, quem não gostar do tema, é capaz de abandoná-lo sem querer saber o desfecho que, aliás, não me agradou.
Embora a categoria de documentário no Oscar 2021 estivesse fraca, ainda prefiro o chileno Agente Duplo, que está no Globoplay - o vencedor foi Professor Polvo, da Netflix.