Agreste: inspirado na peça de Newton Moreno
O júri do CINE PE 2023 foi muito feliz em suas escolhas. Concordei com praticamente todos os prêmios, concedidos, entre outros, pela atriz Letícia Spiller e pelo produtor Oswaldo Massaini Filho. Eram seis longas na competição - três ficções e três documentários - e apenas um (Chumbo) saiu sem nada. Pulverizar os troféus Calunga foi um boa saída, já que a qualidade dos filmes eram equivalentes.
Gostei mais das ficções e foram elas as mais premiadas. Porto Príncipe, de Santa Catarina, da diretora Maria Emília de Azevedo, levou melhor filme e melhor ator, para o haitiano Diderot Senat. Entrelinhas, do Paraná, ficou com o troféu de melhor direção (para Guto Pasko) e melhor atriz (a ótima estreante Gabriela Freire) e mais outros técnicos. E Agreste, de São Paulo, dirigido por Sergio Roizenblit, ficou com as Calungas de atriz coadjuvante (Luci Pereira) e ator coadjuvante (Roberto Rezende), além de melhor roteiro, fotografia e o prêmio do público.
Meu contentamento repetiu-se também entre os curtas nacionais. O mais premiado foi Eu Nunca Contei a Ninguém (melhor filme e direção), do pernambucano Douglas Duan, uma comovente animação em stop motion, que também levou o prêmio do Canal Brasil (do qual fiz parte do júri).
Dos curtas pernambucanos, Quebra Panela fez a festa de seu diretor, o estreante Rafael Anaroli, vencedor de melhor filme e direção. Só queria ter visto o também pernambucano Filhos Ausentes mais premiado. Para mim, foi a maior surpresa do CINE PE 2023. É um curta muito bem realizado sobre uma filha que regressa ao interior após a morte de "painha". Como eu disse na coletiva para o diretor, Jansen Barros, o tema é tão universal e vasto que o argumento merece virar um longa-metragem.
CONFIRA A LISTA DOS VENCEDORES:
MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS
MELHOR FILME - “Porto Príncipe”, de Maria Emília de Azevedo
MELHOR DIRETOR - Guto Pasko, por “Entrelinhas”
MELHOR ATOR - Diderot Senat, por “Porto Príncipe”
MELHOR ATRIZ - Gabriela Freire, por “Entrelinhas”
MELHOR ATOR COADJUVANTE - Roberto Rezende, por “Agreste”
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE - Luci Pereira, por “Agreste”
MELHOR ROTEIRO - Newton Moreno e Marcus Aurelius Pimenta, por “Agreste”
MELHOR FOTOGRAFIA - Humberto Bassanello, por “Agreste”
MELHOR MONTAGEM - Lucas Cesario Pereira, por “Entrelinhas”
MELHOR EDIÇÃO DE SOM - Kiko Ferraz, por “Entrelinhas”
MELHOR TRILHA SONORA - Jota Michiles, por “Frevo Michiles”
MELHOR DIRETOR DE ARTE - Isabelle Bittencourt, por “Entrelinhas”
MENÇÃO HONROSA - “Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia”, de José Carlos Arandiba
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS
MELHOR FILME - “Quebra Panela”, de Rafael Anaroli;
MELHOR DIRETOR - Rafael Anaroli, por “Quebra Panela”
MELHOR ATOR - Paulo César Freire, por “Invasão ou Contatos Imediatos do Terceiro Mundo”
MELHOR ATRIZ - Geraldine Maranhão, por “Alto do Céu”
MELHOR ROTEIRO - Virgínia Guimarães, por “Filhos Ausentes”
MELHOR FOTOGRAFIA - Breno César, por “Coração da Mata”
MELHOR MONTAGEM - Priscilla Maria, Victória Drahomiro e André Hora, por “Coração da Mata”
MELHOR EDIÇÃO DE SOM - Matheus Mota e Jeff Mandú, por “Depois do Sonho”
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE - Lia Letícia, por “Quebra Panela”
MELHOR TRILHA SONORA - Antônio Nogueira, por “Depois do Sonho”
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS NACIONAIS
MELHOR FILME - “Eu Nunca Contei a Ninguém” (PE), de Douglas Duan
MELHOR DIRETOR - Douglas Duan, por “Eu Nunca Contei a Ninguém” (PE)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE - Douglas Duan, por “Eu Nunca Contei a Ninguém” (PE)
MELHOR TRILHA SONORA - Douglas Duan, por “Eu Nunca Contei a Ninguém” (PE)
MELHOR ATOR - Edmilson Filho, por “Única Saída” (RJ)
MELHOR ATRIZ - Ju Colombo, por “Fossilização” (RJ)
MELHOR ROTEIRO - Paola Veiga, Roberta Rangel e Emanuel Lavor, por “Instante” (DF)
MELHOR FOTOGRAFIA - Lucas Loureiro, por “Fossilização” (RJ)
MELHOR MONTAGEM - Arthur B. Senra, por “Virtual Genesis” (DF)
MELHOR EDIÇÃO DE SOM - João Milet Meirelles, por “Quintal” (BA)
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