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Pray Away: o desastre da "cura gay" na vida dos gays


Cena de Pray Away: terapia de conversão para homossexuais (foto: divulgação Netflix)


Na primeira cena de Pray Away, documentário da Netflix, um homem aborda pessoas na saída de um supermercado. Ele ostenta um cartaz nas mãos e diz que já foi uma mulher trans. Pede, então, que todos orem por sua "cura".


Os depoimentos seguintes também são sobre a terapia de conversão, com entrevistados relembrando como desistiram de sua orientação homossexual.


Achei muito estranho depoimentos tão positivos para a "cura gay" em um documentário produzido por Ryan Murphy. Homossexual assumido, Murphy é um dos grandes nomes por trás de séries com personagens LGBTs, como Pose, Hollywood, Halston e Ratched. E, felizmente, Pray Away muda o tom alguns minutos depois.


O foco está, sobretudo, na Exodus Internacional, uma organização evangélica fundada em meados dos anos 70, que "convertia" gays que quisessem se livrar do desejo de ter relacionamentos íntimos com pessoas da mesma orientação sexual - como se isso fosse possível, né? A maioria dos entrevistados é de ex-líderes da Exodus.


O caso mais espantoso é o de John, um "ex-gay" que conheceu sua esposa, uma "ex-lésbica", e formaram o casal-símbolo da Exodus. Ficaram famosos nos Estados Unidos, estamparam manchetes dos jornais e participaram de programas de TV. Até que...


Pray Away tem muitas imagens de arquivo para sustentar depoimentos reveladores e um desfecho que aponta uma solução indissolúvel (só vendo para crer!). E Ryan Murphy acerta mais uma vez nos documentários de temática LGBT após os igualmente interessantes Atrás da Estante e Secreto e Proibido, também da Netflix.



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