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Os Herdeiros da Terra: novelão espanhol de época


Yon González interpreta Hugo: o herói sofredor


Não vi A Catedral do Mar, primeiro livro do espanhol Ildefonso Falcones que virou uma série homônima da Netflix. Mesmo assim, assisti atento à sequência, Os Herdeiros da Terra. Não é preciso ter visto a anterior: são outros personagens, outra época, outros dramas.


Eu poderia enumerar os vários problemas: a melosa e onipresente trilha sonora instrumental, as lacunas do roteiro, os figurinos e a fotografia que, em alguns momentos, lembram as novelas religiosas da Record, a direção que faz com que os atores exagerem nos olhares de vilania... Mas é bom também apontar suas qualidades - e há muitas!


A história de passa entre o fim do século 12 e início do século 13 e segue a vida de dois amigos. Bernat Estanyol é filho de um construtor naval, que parte numa missão até a Mesopotâmia. Em Barcelona, Hugo Llor perde o pai, que era marinheiro e, de família muito humilde, precisa se separar da mãe, que vai trabalhar como doméstica, e da irmã, que se instala num convento. O primeiro episódio termina em tragédia, algo para mudar radicalmente o destino de Hugo. No segundo capítulo, o rapaz se abriga numa comunidade de judeus e se apaixona pela filha de um vinicultor.


Mesmo com todos os defeitos que apontei, Os Herdeiros da Terra é um bom novelão espanhol que eu não consegui largar. Muitos dramas ocorrem ao longo da série e, por mais ficcionais que sejam, fazem um correto registro da era medieval: dos enforcamentos em praça pública às tramoias nos bastidores da realeza, da perseguição aos judeus e muçulmanos ao tratamento, por vezes cruel, dado aos escravos mouros.


Hugo Llor, a versão masculina das heroínas dos folhetins, tem uma trajetória pontilhada de mortes, casamentos desfeitos, traições, inimizades e brigas - e Yon González entrega uma atuação à altura do personagem na fase adulta.





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