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Meu Nome É Gal: um bom recorte da vida da cantora


Sophie Charlotte é Gal: o show de Fa-tal


Eu já escrevi isso sobre a cinebiografia de Claudinho e Buchecha (Nosso Sonho): há histórias de personalidades que rendem um filme e outras que rendem uma minissérie. Uma das decições mais acertadas do longa-metragem Meu Nome É Gal, em cartaz nos cinemas, é, justamente, fazer um recorte da vida da maravilhosa cantora baiana. Você não verá Gal por inteira e, sim, os momentos talvez menos conhecidos dela: de 1966, quando saiu da Bahia e chegou ao Rio de Janeiro, até o show de lançamento do disco Fa-tal, de 1971.


São apenas cinco anos de uma trajetória rica e transformadora. O roteiro condensa muito bem suas mudanças: da iniciante tímida à mulher de opiniões próprias. Gal chegou ao Rio por intermédio de sua amiga, Dedé Gadelha (Camila Márdila), esposa de Caetano Veloso (a ótima revelação Rodrigo Lelis), e caiu das graças do produtor e empresário Guilherme Araújo (Luis Lobianco). Vieram, então, sucessos como Baby e Divino Maravilhoso e, finalmente, o show Fa-tal, que se tornou um marco em sua carreira, com as músicas Fruta Gogóia e Vapor Barato.


A ditadura militar não poderia ficar de fora e há imagens reais da época para ilustrar o período que, inclusive, obrigou Caetano e Gilberto Gil (Dan Ferreira) a se exilar em Londres. Pela entrevista que eu fiz com Dandara Ferreira (confira abaixo), uma das diretoras, o roteiro partiu da série documental sobre Gal que ela fez para a HBO. Lô Politi (do belo filme Sol), a outra cineasta, me disse, na mesma conversa, que houve modicações no filme após a morte de Gal, em novembro de 2022. Meu Nome É Gal já estava finalizado, mas a homenagem ficou ainda maior - e é impossível não se emocionar com seu desfecho (que eu não vou dar o spoiler!).


Meu Nome É Gal não tem a grandeza da cantora, mas qual cinebiografia já conseguiu essa proeza? Me incomoda, por exemplo, diálogos em que o nome dos personagens são insistentemente repetidos.


O que importa, porém, é o registro/homenagem, o resultado como um todo, que tem roteiro enxuto, direção de arte e figurinos detalhistas e atuações afinadas de todo o elenco.


E Sophie Charlotte, que, desde o início, era a maior dúvida? Uma das melhores atrizes de sua geração, ela faz uma Gal sem cair na caricatura. Canta muito bem (num mix com a voz de Gal) e tem aquele misto de timidez e ousadia que Gal possuía. Foi uma ótima escolha!



Entrevistas com as diretoras Lô Politi e Dandara Ferreira


Entrevista com Sophie Charlotte


Entrevistas com Luis Lobianco, Camila Márdila e Rodrigo Lelis















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