Tom Hanks entre o robô e o cão: no pós-apocalipse
Acho que a crítica está sendo muito favorável ao novo filme de Tom Hanks. Finch, exclusivo da AppleTV+, é muito bem-feitinho, tem o ator numa atuação exemplar e dois coadjuvantes (um cão e um robô) graciosos. Achei, porém, que falta ao filme um foco. A quem se dirige? Às vezes, o longa-metragem é tão ingênuo, que parece ter sido feito para as crianças. Contudo, sua ambiência pós-apocalíptica e o desfecho amargo podem criar um atrito com o público infantil.
Num futuro próximo, a camada de ozônio se foi por causa de explosões solares e, por isso, a população da Terra desapareceu. Finch (Hanks) é um sobrevivente que usa um equipamento como se fosse um astronauta para se proteger dos raios solares, que queimam a pele. Suas únicas companhias são a do cão e a do robô Jeff, um amigão útil e prestativo.
Como a trama não pode ficar "parada", o trio decide sair do Missouri e seguir em direção a São Francisco. Na estrada, os laços se fortalecem, surgem alguns perigos e surpresinhas são reveladas. Há momentos de tristeza e alegrias, conforme rezam as cartilhas dos contos da Disney.
Além da falta de definição de um público-alvo, é difícil "rotular" Finch. Não é uma ficção científica nem uma aventura dramática. É algo genérico, que satisfaz como um prato de arroz com feijão.
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