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A Cor Púrpura: nem tente comparar com o original

Fantasia Barrino e Danielle Brooks: Celie e Sofia


Em 1986, A Cor Púrpura, de Steven Spielberg, concorreu a onze Oscars e não ganhou nenhum. Foi injusto. No Oscar deste ano, a versão musical de A Cor Púrpura, em cartaz nos cinemas, teve apenas uma indicação (de melhor atriz coadjuvante) e também sairá da cerimônia sem o prêmio. Mais uma injustiça.


Analisando os longas-metragens indicados a melhor filme, A Cor Púrpura poderia estrar entre eles. Não que seja um ótimo filme, mas é extremamente representativo já que tem um elenco com quase 100% de atores negros. Além disso, há qualidades, como a dificuldade de transformar uma história muito dramática num musical onde o elenco canta e dança - e alguns números funcionam muito bem.


O filme é uma transposição do musical da Broadway (que eu vi numa versão brasileira), por sua vez inspirado no filme de Spielberg e no livro homômino de Alice Walker.


Trata-se da separação de duas irmãs na primeira década do século XX e o destino ingrato que terá Celie (Fantasia Barrino), que é vendida pelo pai e vai morar com um marido violento e abusivo, interpretado pelo ótimo Colman Domingo (que concorre ao Oscar pelo filme Rustin, da Netflix).


A história é tão envolvente que até deixei passar alguns fracos números musicais, como a nova versão da emblemática canção Sister, agora na voz de Taraji P. Henson, que faz a cantora Shug Avery. Também não curti uma pequena mudança no desfecho, que dá um clima conciliador, inexistente no original.


O que A Cor Púrpura tem de melhor (e é aí que o Oscar errou) é o elenco. Ainda bem que Danielle Brooks, que faz a despachada Sofia, concorre a melhor atriz coadjuvante. Mas Fantasia Barrino poderia muito bem pegar o lugar de, por exemplo, Carey Mulligan (de O Maestro) e Taraji é muito melhor do que Emily Blunt em Oppenheimer.



















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