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Foto do escritorMiguel Barbieri

Os Rejeitados: afeto, união e solidariedade

Os três personagens: sozinhos durante o Natal


Por mais que o roteiro não seja de Alexander Payne, Os Rejeitados, em cartaz nos cinemas, tem "a cara" dos filmes do diretor. Se você viu Nebraska, Os Descendentes (está na Netflix) ou Sideways, sabe que o cineasta tem um apreço por personagens comuns, solitários, em conflitos pessoais ou familares. Não é diferente em seu novo trabalho.


Os Rejeitados está indo bem na corrida do Oscar. Payne foi indicado ao DGA (prêmio do sindicato dos diretores) e Paul Giamatti e Da'Vine Joy Randolph ganharam o Globo de Ouro e o Critics' Choice.


Alguém (não lembro quem) me disse uma vez que é fácil um filme começar bem e terminar mal, mas que começar mal e terminar bem seria raríssimo. Concordei e abro aqui uma exceção.


O filme abre apresentando os três personagens principais: o professor exigente e rabugento (Giamatti), o aluno desprezado pela família (Dominic Sessa) e a sofrida cozinheira da cantina do colégio (Da'Vine), que perdeu o filho na Guerra do Vietnã - o ano é 1970. Até aí, tudo bem. O problema é o roteiro se estender por uns 20 minutos mostrando coadjuvantes que irão sair de cena. Eu cortaria fácil na ilha de edição sem prejudicar o resultado.


Quando o trio fica sozinho na escola, durante as festas natalinas e o rigoroso inverno, a trama decola e alça voo alto. É aí que a história sobre empatia e solidariedade se torna doce, amável e emocionante. Os três "rejeitados", que a princípio não têm nada em comum, são ligados pelo afeto. Como Payne não é um diretor apegado à pieguice, Os Rejeitados não desaba num chororô. Ainda bem!










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