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Oppenheimer: se é para ver, que seja no cinema


Cillian Murphy: fragilidade e falta de carisma


Desde que o diretor Christopher Nolan anunciou que Oppenheimer, em cartaz nos cinemas, não teria CGI (efeitos por computador), estranhei. Como seria, então, realizada a cena do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki? Pois bem. Embora o filme tenha três loooongas horas de duração, tal sequência não está no roteiro.


Eu vi todos os filmes de Nolan e, ao contrário de muitos, não sou de amar ou odiar o cineasta. Tenho meus filmes preferidos, como Amnésia, a trilogia Batman (com Christian Bale) e, sobretudo, Dunkirk. Oppenheimer não está entre meus prediletos.


Parece que Nolan quer complicar algo simples: biografar J. Robert Oppenheimer, considerado o "pai da bomba atômica". Na primeira hora (ou hora e meia), o roteiro embaralha várias épocas. Mostra Oppenheimer ora como um jovem físico consagrado, ora recrutado para liderar o time do Projeto Manhattan, que comandou a criação da bomba, ora numa sala sendo interrogado sobre as consequências que seu legado deixou.


Com tantos vaivéns no tempo (não aguento mais esse artifício narrativo!), você vai, possivelmente, embarcar ou desistir no meio do caminho. O roteiro fica mais linear quando Oppenheimer recebe carta branca para montar uma cidade no meio do deserto do Novo México para fazer o teste com a bomba (e eis aí a melhor cena do filme!).


Há ainda aspectos íntimos de sua vida, como a ligação com comunistas (inclusive sua esposa, interpretada por Emily Blunt), a infidelidade conjugal e o peso que carregou quando, ao fim da Segunda Guerra Mundial, cerca de 200 mil pessoas morreram nas cidades japonesas.


Embora esteja sendo elogiado e até ganhe uma indicação ao Oscar, Cillian Murphy não é um ator apropriado para o papel, na minha opinião. Ele demonstra fragilidade e lhe falta carisma. Há participações de astros como Matt Damon, Casey Affleck, Rami Malek, Kenneth Branagh e Gary Oldman, mas é Robert Downey Jr. quem rouba a cena e, aí sim, merece uma indicação a melhor coadjuvante no Oscar 2024.


Mas, atenção!: vá ao cinema assistir a Oppenheimer porque no streaming ele vai perder muito de sua qualidade técnica. A edição de som e a trilha sonora mantêm a experiência cinematográfica num patamar superlativo. Foi o que guardei na minha memória audiovisual.














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