Miguel Barbieri

28 de abr de 2022

Three Months: a importância de (ainda) falar da Aids

Estha e Caleb: inesperada paixão que bate à porta

Posso estar enganado, mas, quando um filme ou uma série aborda a Aids, a doença está sempre conectada às décadas de 80 e 90. Exemplos? It´s a Sin, Pose, O Ano de 1985 e 120 Batimentos por Minuto. Uma das qualidades de Three Months, disponível no Paramount+, é centralizar sua trama em época mais recente, já que o vírus ainda está circulando, não tem cura e não há vacina para a Aids.

O cantor Troye Sivan interpreta o protagonista Caleb, um teen de uma cidade da Flórida que teve a camisinha furada numa relação sexual. Gay assumido, ele procura ajuda de um médico e faz o teste do HIV. Terá, porém, de esperar três meses (título do filme) para saber se foi infectado. E é, justamente, nesse período que ele se apaixona por Estha (Viveik Kalra), homossexual que esconde de sua família indiana a orientação sexual.

O ano é 2011 e Caleb representa bem a euforia de uma juventude plugada na tecnologia e enfastiada com tudo e todos. Arrogante, prepotente e egoísta, o rapazinho vai levar dois puxões de orelha do destino: a angústia de saber se é soropositivo e a inesperada paixão que bate à sua porta.

Trata-se, como se nota, de um rito de passagem para a vida adulta, tocado com leveza, trechos bem-humorados e romantismo. Boa estreia do jovem diretor e roteirista Jared Frieder, que se baseou em experiência própria.

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