Miguel Barbieri

18 de nov de 2021

Shang-Chi: representatividade asiática no Universo Marvel

Simu Liu: chinês radicado no Canadá

Fazia tempo que eu não via duas cenas de ação tão boas e bem-feitas. Elas estão em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, que chegou ao Disney+. A primeira é com um ônibus desgovernado pelas ladeiras de São Francisco. A outra ocorre nos andaimes de um prédio de Macau. O astro que as protagoniza é Simu Liu, um chinês radicado no Canadá, que faz sua estreia no MCU (Universo Cinematográfico Marvel).

Em seu primeiro terço, Shang-Chi nem parece um produto típico da Marvel. Lembra os filmes do estilo wuxia, em as artes marciais imperam, do gênero O Tigre e o Dragão e O Clã das Adagas Voadoras. Na trama, Wenwu (Tony Leung) herdou poderes após se apossar de dez misteriosos anéis. Ganhou muito dinheiro, poder e a vida eterna. Teve dois filhos e ficou arrasado com a morte de sua esposa. Mais de mil anos depois, ele ainda está abalado. Corta!

Nos dias de hoje, Shaun (Simu Liu) trabalha como manobrista e tem Katy (Awkwafina) como sua melhor amiga em São Francisco. Sua vida vira do avesso quando é perseguido por peritos em lutas, que querem roubar um pingente de seu pescoço. As duas histórias, é claro, vão se encontrar.

É um filme ágil, que tem os ingredientes da fantasia e da milenar cultura chinesa e uma representatividade asiática. Shang-Chi é para os chineses o que Pantera Negra representou para os negros. Mas, como em quase todos os filmes da Marvel, tudo termina numa luta do bem contra o mal (se bem que o mal nem é tão mal assim), com efeitos visuais que mais confundem do que esclarecem. É bom, contudo, ficar de olho nos futuros trabalhos do diretor havaiano Destin Daniel Cretton e em Simu Liu, que, certamente, já entrou para o time dos heróis do MCU.

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