Miguel Barbieri

15 de dez de 2021

Clash: a polarização em um país em convulsão

Clash: a polícia aparta e prende os manifestantes

Fiquei fascinado quando vi Clash, nos cinemas, em 2017 – e muito feliz porque a Netflix disponibilizou ao grande público um filme egípcio eletrizante. Mesmo ambientado praticamente dentro de um camburão, o filme deixa o espectador angustiado e aflito em seus 97 minutos de duração.

A trama se passa no Cairo de 2013 e enfoca uma manifestação de grupos rivais: os partidários da irmandade muçulmana e os dos militares que tomaram a Presidência.

Cobrindo o evento, um repórter e um fotógrafo são presos e jogados dentro de um caminhão da polícia. Em seguida, terão a companhia de ativistas de ambos os lados. É impossível não fazer uma comparação - imagine lulistas e bolsonaristas trancados num espaço diminuto. Mas, das discussões e conflitos, nasce a solidariedade – e há até momentos de humor involuntário.

A câmera inquieta do diretor Mohamed Diab capta o interior das pessoas e o exterior de um país em convulsão num filme obrigatório.

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